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Menino de 7 anos morre após picada de escorpião no norte do Paraná

Criança foi atendida em Uraí, transferida para Cornélio Procópio, recebeu seis ampolas de soro antiescorpiônico, mas não resistiu; Paraná soma quatro mortes por escorpião em 2025 em meio a aumento de acidentes e infestação

31/12/2025 às 11:31 por Redação Plox

Um menino de 7 anos morreu após ser picado por um escorpião em Uraí, no norte do Paraná. A morte, registrada na madrugada de terça-feira (30), é a quarta causada por esse tipo de acidente no estado em 2025, todas concentradas na região norte pioneiro.

Caso é quarta morte por picada de escorpião no estado em 2025. Todas ocorreram na região norte do estado.

Caso é quarta morte por picada de escorpião no estado em 2025. Todas ocorreram na região norte do estado.

Foto: Reprodução / Agência Brasil.



De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), o acidente aconteceu na noite de segunda-feira (29). A criança foi levada inicialmente à Santa Casa de Uraí, onde recebeu os primeiros atendimentos.

Com a gravidade do quadro, o hospital acionou o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CiaTox) de Londrina e o menino foi transferido para a Santa Casa de Cornélio Procópio.


No novo hospital, foram aplicadas seis ampolas de soro antiescorpiônico. O procedimento terminou por volta de meia-noite, mas a criança não resistiu e morreu às 2h30.

A Sesa informou que apura se havia uma cardiopatia pré-existente na vítima, o que poderia ter agravado o quadro clínico.

Quatro mortes por escorpião em 2025 no Paraná

Com esse registro, o Paraná soma quatro mortes por picada de escorpião em 2025. Duas crianças morreram em Cambará e um adolescente em Jacarezinho. Em 2024, não houve registro de óbitos por escorpionismo no estado.

Em julho, Bernardo Gomes de Oliveira, de 3 anos, morreu após ser picado por um escorpião-amarelo em Cambará. Segundo a família, ele sofreu 33 paradas cardíacas.


O outro caso no mesmo município ocorreu cerca de três meses depois. Thaygo Henrique Bara Milani, de 12 anos, morreu após ser picado por um escorpião enquanto tentava alcançar um carrinho de brinquedo que estava atrás do sofá, de acordo com a família.


Dados da Sesa indicam que, em 2025, já foram registrados 6.998 acidentes com escorpiões no Paraná. Ao todo, cerca de 22 mil animais foram recolhidos e enviados para identificação.


Em novembro, uma moradora de Maringá, no norte do estado, encontrou cerca de 300 escorpiões no quintal de casa em apenas 12 dias. Todos foram capturados por ela, colocados em potes e contabilizados.


Segundo a secretaria, crianças são mais vulneráveis ao veneno por terem menor massa corporal, o que facilita a rápida disseminação da toxina pelo organismo e aumenta o risco de complicações graves, como choque cardiogênico e parada cardiorrespiratória.


A Secretaria de Saúde afirma manter vigilância contínua e ações de controle. Entre agosto e outubro, aproximadamente 5 mil escorpiões foram capturados na área da 19ª Regional de Saúde. O estado também descentralizou a distribuição do soro antiescorpiônico para agilizar o atendimento e lançou campanhas educativas de prevenção.

Orientações para prevenir acidentes com escorpiões

Ao encontrar escorpiões, a orientação é acionar a vigilância ambiental (controle de zoonoses) do município para avaliação do local, busca de focos e orientações específicas. Também é recomendado reduzir abrigos removendo entulhos, madeiras, telhas, caixas, lixo e vegetação densa próxima às residências.


Outras medidas de prevenção incluem vedar acessos, tapando frestas em portas, rodapés, ralos com tampa, buracos em paredes e pontos de entrada do esgoto; manter o quintal limpo e organizado, evitando acúmulo de materiais; controlar baratas, principal fonte de alimento dos escorpiões; e usar EPIs básicos, como luvas grossas e calçados fechados, ao mexer em caixas, roupas guardadas ou locais escuros.


Também é indicado verificar roupas, calçados, camas e toalhas antes do uso, especialmente à noite, instalar barreiras físicas, como telas milimétricas em ralos e portas, e manter a iluminação externa direcionada ao solo para facilitar a visualização dos animais.

O que não fazer ao lidar com escorpiões

Especialistas não recomendam o uso indiscriminado de venenos, já que a maioria dos inseticidas não mata escorpiões e pode dispersá-los, aumentando o risco dentro de casa. Não é indicado tentar capturá-los manualmente sem proteção, deixar ralos abertos ou descuidados, manipular entulhos sem calçados e luvas, nem depender apenas de predadores naturais, como galinhas, sapos ou gatos, pois isso não controla infestações.

Como agir em caso de picada

Em caso de picada de escorpião, a recomendação é lavar o local com água e sabão para reduzir o risco de infecção, embora isso não neutralize o veneno. A orientação é procurar imediatamente atendimento médico na unidade de saúde mais próxima ou em pronto-atendimento.


O Brasil dispõe de soro antiescorpiônico, aplicado conforme avaliação médica, principalmente em crianças, idosos e pessoas com sintomas moderados ou graves. É importante manter a calma, tentar imobilizar o membro afetado para não acelerar a absorção do veneno e, se possível, levar o animal para identificação, desde que isso não represente novo risco de acidente; uma foto também pode auxiliar.


Entre os sintomas mais frequentes estão dor intensa no local, formigamento, suor, náusea, vômitos e agitação. Em crianças pequenas, o quadro pode evoluir mais rapidamente, o que torna o atendimento imediato ainda mais crucial.

Não é recomendado aplicar torniquetes, colocar gelo diretamente sobre a picada, usar receitas caseiras como álcool, fumo, café ou pomadas sem orientação, cortar ou espremer o local ou tentar sugar o veneno.

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